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A Internet dentro da história social da mídia

A Internet dentro da história social da mídia

A internet revoluciona o mundo ou o mundo usa a internet para se revolucionar?

Livro “Uma história social da mídia, de Gutenberg à Internet”, tenta explicar.

O ovo ou a galinha? Me arrisquei em uma palestra a responder: o galinhovo ou ovolinha! Na verdade, a versão 1.0 desse animal, que foi evoluindo, em novas versões, até se separar em alguma dela e virar o que temos hoje: o ovo 2.0 e a galinha 2.0, que levamos para casa para assar e fazer omelete.

O assunto veio à baila, pois cabe também perguntar: é a internet que revoluciona o mundo ou o mundo que usa a internet para se revolucionar?

É um dos temas do ótimo livro “Uma história social da mídia, de Gutenberg à Internet”, de Asa Briggs e Peter Burke, da Zahar.Nele, se narra a mudança do mundo com a chegada da prensa, inventada por Gutemberg em 1450, que permitiu com a multiplicação de editoras a circulação em maior escala de jornais e livros.

Um processo de mudança cultural, que resultou em diversas revoluções posteriores, tais como a Industrial, Francesa, Americana e a Russa, esta quase 400 anos depois.

O autor considera que não se pode considerar a invenção do livro e dos jornais impressos como principal agente dessas mudanças, mas apenas um propiciador, na qual diversos interessados em transformar a sociedade se apoderaram de seus recursos para atingir seus objetivos.

Na verdade, se não houvesse jornal e livro, Lênin não teria lido lido Marx, que por sua vez não teria lido Hegel. E Lênin não teria publicado o Iskra (Faísca), jornal com o qual os bolcheviques espalharam suas idéias pelo antigo império.

Ao ler o livro de Brig e Burke reforçamos ainda mais a idéia de que mudanças de paradigma de comunicação afetam profundamente a sociedade.

Diferente de outras tecnologias que também mudam o planeta, mas ainda de uso restrito, como um foguete que, por enquanto, alguns poucos humanos ao espaço, a comunicação e a informação são ferramentas básicas para a sobrevivência da espécie para produzir e, portanto, comer, beber, morar e se alimentar.

Se há uma nova possibilidade, pode, assim, fazer tudo isso de uma forma diferente, melhor, mais ágil e é logo difundida rapidamente, esbarrando claro nas resistências do poder estabelecido, como foi na época da proibição da publicação de livros em vários países, no século XVI e XVI como é hoje na China, que limita a internet.

As novas tecnologias de comunicação e a informação, assim, marcam grandes eras na história da humanidade, a saber: o silêncio, os urros, a fala, a escrita, o livro, os meios de comunicação de massa e, agora, a internet.

Nesse processo de rupturas e não de evolução, o ser humano na nova era vai maturando as diversas novas potencialidades do novo meio e dando a alguns revolucionários de plantão novas respostas possíveis, antes inviáveis, a velhas perguntas:

“por que será que isso é assim?”.

  • Por que será que eu compro um CD inteiro quando quero apenas uma música?
  • Por que será que eu pago tão caro para falar com meu primo no exterior?
  • Por que será que eu tenho que sair de casa para comprar os livros que preciso para ir à escola?
  • E por que será que não posso comparar os preços e ver qual é o mais barato?
  • Por que será que eu não posse desenvolver livremente um software com os meus amigos e colocara para o planeta todo usar?
  • E algo que já anda circulando pelo mundo:Por que será que eu voto em um parlamentar para decidir algo que agora já posso fazer de casa?

Assim, podemos dizer que as mudanças na comunicação e informação são agentes condicionantes de alterações sociais. Sozinhas não geram nada, mas na relação do homem transformador com a nova técnica surge uma outra possibilidade, uma verdadeira neo-filosofia, uma jeito diferente de se olhar para o mundo, que permite, assim, resolver problemas antes insolúveis.

E tudo entra em espiral galopante para cima. Vide os últimos 15 anos da rede.

Assim, a Web 2.0 é, no fundo, o início da fase que a galinha (nova) sai do ovo (velho). Ou da galinha (velha) que gera um (novo) ovo. Os que querem mudar a sociedade estão que nem pinto no lixo!


Por: Carlos Nepomuceno (nepomuceno@pontonet.com.br)
Co-autor do livro Conhecimento em Rede (Editora Campus) e coordenador do ICO, Instituto de Inteligência Coletiva.