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Revolução Epistemológica Moderna

Revolução Epistemológica Moderna

Uma das características em comum aos diversos modelos estruturalistas que foram hegemônicos nas ciências humanas ao longo do século XX é a grande ambição epistemológica. Ou seja, os estruturalismos, cada um a seu modo, compartilham a convicção de que é possível conhecer racionalmente a totalidade da realidade estudada. Essa pretensão ao conhecimento total é um dos desdobramentos das revoluções epistemológicas que fundaram a modernidade entre os séculos XVI e XVIII.

“Desde a infância nutri-me das letras, e, por haver persuadido de que por meio delas se podia adquirir um conhecimento claro e seguro de tudo o que é útil à vida, sentia um imenso desejo de aprendê-las. Mas, logo que terminei todos esses anos de estudos (ao cabo dos quais se costuma ser recebido na classe dos doutos), mudei inteiramente de opinião. Achava-me com tantas dúvidas e indecisões, que me parecia não ter obtido outro proveito, ao procurar instruir-me, senão o de ter revelado a mais a minha ignorância. Fiquei convencido de que somente é possível conhecer com a devida profundidade um arco muito limitado de saberes.”

– DESCARTES; 2008, p. 213

“Compreensão da totalidade. Tanto como o indivíduo como o nexo de uma coisa com a outra, finalmente, existe também a totalidade. Trata-se de algo vido, e assim apreendemos sua manifestação: nós percebemos a sequência das condições que tornam um fator possível por intermédio do outro. Mas isso não é suficiente, há aí uma totalidade, há um vir-a-ser, um ser-eficiente, um fazer-se valer, um desvanecer-se. Essa totalidade é tão certa como cada manifestação em cada fator. Devemos dedicar-lhe toda a atenção. “

– RANKE, 2010, p. 212

Mais de 100 anos separam os dois autores. Enquanto Descartes escreveu na primeira metade do século XVI o seu “Discurso do Método” (publicado pela primeira vez em 1637), Ranke viveu e produziu no século XIX, tornando-se um dos fundadores da ciência histórica. A despeito da distância cronológica e dos objetivos dos autores, as citações nos permitem pensar os fundamentos da revolução epistemológica moderna:

1

A dicotomia sujeito X objeto

2

A implosão dos limites apriorísticos da episteme medieval

3

A pretensão ao conhecimento total

Sem esses fundamentos, não teria sido possível, ao século XX, desenvolver o conceito “estrutura” e, por consequência, tampouco as abordagens teóricas estruturalistas funcionalistas.