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Estabelecendo relações entre Psicologia e Jornalismo: contribuições recíprocas

Estabelecendo relações entre Psicologia e Jornalismo: contribuições recíprocas

Estabelecendo relações entre Psicologia e Jornalismo: contribuições recíprocas.

Tecnicamente, a Psicologia e o Jornalismo pertencem à áreas diferentes, do conhecimento humano, uma vez que subentende-se, o Jornalismo, como uma atividade da Comunicação, e, a Psicologia, como uma atividade ligada às Ciências da Saúde e, em alguns casos, Humanas.

Num mundo cada vez mais dinâmico e tecnológico, a versatilidade profissional e a reflexão, inerentes às práticas profissionais, se fazem necessárias, uma vez que toda notícia é proveniente de um fato, que por sua vez, em sua grande maioria, é resultante de ações humanas (daí a Psicologia).

Partindo de análises bibliográficas e pesquisas literárias, buscamos, com este trabalho, traçar paralelos entre a atuação do profissional psicólogo e do profissional jornalista, na pretensão de estabelecer relações, entre as duas profissões e/ou entre as duas ciências.

Ambas as profissões e ciências foram regulamentadas, no Brasil, na mesma década, em um mesmo período histórico, sociopolítico. Portanto, contravenções também foram encontradas, uma vez que trata-se de atividades díspares; de modo geral, ao que se apresentou, os princípios como neutralidade, imparcialidade, confidencialidade (entre outros), se apresentaram como ponto comum, na atuação de ambos os profissionais, e, também, como princípios que norteiam suas atividades, tanto na produção científica, quanto na prática profissional embora, em ambas as ciências e profissões, estes termos tenham assumido nomenclaturas e assinaturas diferentes.

Tais princípios também se mostraram como inaplicáveis, em sua literalidade, uma vez que, na prática de suas atribuições, ambos os profissionais se depararam com realidades e paradoxos, inerentes à própria conceituação destes princípios. Assim, as práticas das profissões se encontram, frequentemente, em embates éticos e filosóficos, que colocam a práxis e a teoria em confrontos etiológicos.

Baseado na análise e na inevitável comparação realizada, foram propostas, também, algumas reflexões sobre a contribuição da Psicologia, na ação jornalística e vice-versa.

Obviamente, traçar um paralelo, e, estabelecer relações entre duas atividades, digamos que, entre duas faculdades, não seria uma tarefa fácil, tanto por que, o amplo conhecimento humano se multiplica, todos os dias.

Em nossa pesquisa, em busca de paralelos, nos deparamos, também, com perpendicularidades entre o Jornalismo e a Psicologia. A maior delas, ao meu ver, foi a relação do Jornalismo com a política. Relação esta, que acabou muitas vezes, na história, em deformações de informação, em jornais que mais deformavam do que informavam.

Entendemos que esta relação sempre se deu, devido ao Jornalismo ser um dos mais importantes agentes de formação de opinião pública (há quem diga que é literalmente o mais importante), por isso entendemos, também, o quanto é comum, em países de ditaduras instaladas, o governo controlar a mídia e isso acontece até hoje, como alguns sites que não podem ser acessados, de alguns lugares, por serem bloqueados, pelos seus governos.

No Brasil, no processo de instauração ditatorial, o mesmo aconteceu, nas duas vezes que o país foi tomado:

  • primeiro fecha-se o Senado, e, logo em seguida, silencia-se a imprensa.

Muitos jornalistas foram deportados, colocados em exílio e, até mesmo, torturados e mortos, no período ditatorial.

Hoje em dia, a democratização da informação e a não obrigatoriedade de formação, em Jornalismo, talvez seja um indício que o país jamais caminhe, novamente, por estes caminhos, muito embora percebamos, hoje, uma outra forma de poder: o poder do mercado. O “jornal” tem um dono e este precisa de anunciantes e esta demanda, econômica, acaba por muitas vezes, deformando, novamente, a informação.

O escritor e humorista, Érico Veríssimo, chega à dizer que: “Jornalismo é mostrar o que ninguém quer ver, o resto é publicidade”. A suposta veracidade do conteúdo jornalístico e o seu grande alcance, acaba por ser uma grande arma, antes ditatorial, agora econômica. Por isso, anunciar numa grande emissora, por trinta segundos, chega a custar meio milhão de reais.

Encontramos também o que estávamos procurando: relações.

Ambas as profissões (jornalista e psicólogo), foram regulamentadas na mesma década, a saber, de 60. Obviamente, não existem receitas para a formação de uma prática em atuação, tanto por que, o dinamismo social é frequente.

A Psicologia e o Jornalismo tem do que se envergonhar, e, também, tem do que se orgulhar. Mas, em cada época, estes profissionais, que representaram a sua classe, fizeram o que lhe municiavam. O Jornalismo nunca depredou a postura da Psicologia, com relação à classificação de pessoas, através de seu Coeficiente Intelectual (teste amplamente aplicado nas décadas de 60, 70 e 80), assim como não cabe, à Psicologia, apontar os erros do Jornalismo, escravizado pela política ou pelo mercado.

O Jornalismo nunca falhou, segregando humanos, pelo contrário, sempre buscou alcançar o maior público possível, assim como a Psicologia, dotada de suas técnicas e posturas, não se rendeu às pressões políticas ou econômicas.

Sim, é verdade que a Psicologia no Brasil nunca teve seu representante genuíno, como uma grande personalidade ou um grande líder político ou social. Mas, também, é verdade que a Psicologia, cada vez mais, está organizada em seus conselhos, e, cada vez mais, tendo reconhecida a sua importância.

Nossa proposta é pacífica e nela encontramos pontos em comum (que procurávamos) em ambas as atuações. Os princípios muito semelhantes, que norteiam ambas as profissões são, em sua aplicação, impraticáveis. Sabemos que não há como ser, literalmente, imparcial; legalista; objetivo; confidencial (pois às vezes o sigilo deve ser quebrado), apartidário e/ou verossímil; mesmo que o ideal, é que se busque chegar o mais perto disso possível, sabemos que, por relações paradoxais, a literalidade desta aplicação é utópica.

Esta realidade nos leva a crer que os desafios, encontrados na atuação do profissional de Psicologia, são semelhantes aos desafios encontrados pelo profissional jornalista, formado ou não. 

O desafio que fica, é que talvez possamos, como psicólogos, usufruir do direito de todo cidadão, em ser jornalista e podermos atuar em prol de uma maior democratização e popularização do ensino da Psicologia.

Volto ao exemplo de Daniel Goleman. Este professor, de Harvard, acredita que a Inteligência Emocional deveria ser ensinada na escola. Algumas escolas do ensino médio, de nosso país, estão aderindo à Psicologia, em sua grade escolar, mas devemos pensar com relação ao quanto estas aulas estão tornando estes jovens mais “inteligentes emocionalmente”, e, enquanto não alcançamos a grade do ensino fundamental, temos aberto portas ainda maiores, como a TV e a Internet. Os jovens possuem mais interesse nessas ferramentas, do que em qualquer outra e passam mais tempo na televisão e navegando (principalmente em redes sociais), do que com os seus próprios pais.

Esta é uma enorme oportunidade a ser explorada! O Jornalismo, juntamente com os veículos midiáticos, podem e muito, somar à Psicologia e seus objetivos. As mudanças que estão ocorrendo no mundo, nas maneiras em que as pessoas se relacionam e os avanços tecnológicos, não retrocederão jamais, pelo contrário, continuarão à mudar e avançar, e, a Psicologia não poderá manter seu raio de atuação, entre paredes de clínicas, de escolas ou de qualquer outra instituição/empresa.

Este trabalho deu as mãos entre a Psicologia e o Jornalismo escrito, por um acadêmico de Psicologia, que é jornalista. Estas mãos devem ser dadas à Tecnologia da Informação, assim como à Pedagogia, à Medicina, às Ciências Sociais e muitas outras ciências e profissões.

Estudos indicam que, até o ano de 2050, os portadores de psicopatologias, serão três vezes maior que os de hoje. Nesta data, a tecnologia estará ainda mais avançada, o mundo estará ainda mais globalizado e etc.

Enquanto em toda a história, o Jornalismo usufruiu das novas tecnologias, para aumentar sua atuação (e seus resultados), a Psicologia não o fez. Ao invés de encontrarmos culpados devemos nos dinamizar, a lei da seleção natural nos diz isso; Freud, há mais de cem anos, escrevia livros, apresentava suas teses e atendia seus pacientes e este modelo é usado pelos psicólogos, até hoje.

Não houve como não supor a hipótese de que, “se Freud” fosse vivo, hoje, ele teria um celular com acesso à Internet (talvez algum perfil em redes sociais), uma coluna no jornal ou no “Fantástico” (como o Dr. Dráuzio Varela, hoje); talvez ele tivesse um site ou atenderia por vídeo conferência, seus livros estariam no iTunes e na Play Store, suas cartas para Jung seriam e-Mails e o seu site seria um dos mais visitados da Internet (uma vez que seu nome é um dos mais pesquisados no Google, até hoje).

Não espantaria se ele tivesse um programa na tevê, ou um canal no Youtube, uma vez que o mesmo dava entrevistas para jornais importantes da época, inclusive, entrevistas internacionais, com o pseudônimo: “grande explorador da alma”, usado pelos jornais da época (1926), além do fato de sempre ter um talento especial, de “sensacionalista”, causando muita repercussão na mídia.

Se a tecnologia mudou, completamente, a maneira do Homem viver e interagir com o meio, a Psicologia deve estar atenta a isso. Claramente haveria muitos “se” (muitas hipóteses), mas uma coisa ele não faria hoje:

  • fazer do mesmo jeito usando as mesmas ferramentas.


Fonte: http://blogdapsicologia.com.br
Por Sérgio C. S. Jr.
Em 13 de maio de 2016